O texto está dividido em três quesitos: avaliação, documentação e planilha de pontuação. Em pelo menos dois deles há implicações à respeito do modelo MP Lafer, que valem a pena ser ressaltadas.
O quesito de avaliação começa tratando sobre os itens excludentes, dentre eles a alteração ou modificação da carroceria, incluindo a substituição de peças da mesma marca, porém de anos diferentes. No caso do MP Lafer, talvez o exemplo mais claro a este respeito seja o fato dos modelos produzidos entre 1974 e 1975 contarem, originalmente, com a mesma lanterna traseira do Volkswagen Sedan - Fusca. Apenas a partir de 1976 estas peças passaram a ter o desenho exclusivo da Lafer e, não raramente, foram adaptadas nos primeiros MPs, ao longo dos anos. Dependendo da interpretação do avaliador na ocasião, isto pode representar a reprova do veículo.
Na foto à esquerda, a lanterna desenhada pela Lafer. Já no desenho à direita, a lanterna "emprestada" do Fuscão.
As réplicas também fazem parte dos itens excludentes, mas aí vem a boa notícia para os donos de MP, pois o modelo da Lafer possui características próprias que lhe permitem receber a placa preta como um modelo autêntico, embora seja notória a sua inspiração no MG TD.
Confira o que aponta o Manual do Avaliador sobre as réplicas: "Não serão aceitas reproduções de outros modelos de épocas diferentes. Serão ponderadas réplicas fabricadas sob licença das fabricantes primárias". Na seqüência, a equipe do Portal Maxicar complementa a informação com um comentário pertinente: "Um bom exemplo deste artigo são as réplicas de Porsche dos anos 50 e 60, muito difundidas no Brasil. Mas existem exceções. É o caso do MP Lafer. Apesar de ser uma réplica do MG, este carro não é assim considerado por apresentar características e detalhes que o diferem do inglês que o inspirou. Por isso é apto a pleitear o título de Veículo de Coleção".
O proprietário de MP Lafer original pode ficar tranqüilo, portanto. Infelizmente o mesmo não se aplica às cópias dele, montadas a partir de kits adaptados sobre o conjunto mecânico de Fuscas usados. Neste caso, além do carro ser considerado uma réplica do MP, poderá se entender que seja a modificação radical da carroceria do veículo saído de fábrica - mesmo que se procure usar o máximo de peças provenientes do MP Lafer no acabamento.
Para se obter o Certificado de Originalidade para um veículo, é necessário que ele atinja ao menos 80 pontos de acordo com a planilha da FBVA. A bem da verdade, chegar a tal numeração não é uma tarefa simples, quando se constata que pequenos pormenores podem tirar pontos essenciais do resultado final. É o caso das maçanetas, que valem preciosos seis pontos somente para as originais - ou idênticas - e zero para as demais, sem pontuação intermediária.
Como o MP é um modelo conversível, sua capota é passível de avaliação onde, de acordo com o regimento, "deverá ser verificada correção do desenho, armação, cajados, fixação, tipo de tecido ou plástico usado, costura correta, funcionamento do mecanismo e estado de conservação". A pontuação para este aspecto é intermediária, ou seja, pode valer de zero à cinco pontos. O mesmo vale para carros com teto de vinil - já os demais recebem os pontos totais, automaticamente.
Para ler o "Manual do Avaliador Placa Preta" na íntegra, devidamente comentado pela equipe do Portal Maxicar, clique sobre a figura abaixo: