Levar o carro no seu mecânico de confiança para simplesmente entregar a chave e pedir uma revisão geral pode ser muito prático, mas certamente ele agirá com mais atenção se você puder conter seu orgulho por ser leigo no assunto, e demonstrar algum interesse na manutenção preventiva do automóvel. Ao citar alguns pontos especiais de verificação, você estará deixando claro que deseja realmente uma varredura minuciosa que o deixará tranqüilo ao dirigir por longas horas.
Parte elétrica
É justamente no período noturno que o alternador de seu carro deve estar em ordem – se ele falhar, os faróis perdem progressivamente a potência e por fim o motor apaga. Quando isso ocorre, nem adianta tentar fazer o carro pegar no tranco, pois a bateria está completamente exaurida. Evite este transtorno testando o alternador com o motor ligado. Caso ele não esteja trabalhando corretamente, não deixe o eletricista simplesmente trocá-lo, uma vez que pode ser o regulador de voltagem, uma pequena peça anexa – que é também muito mais barata.
Pode não estar anoitecendo, mas se chover o limpador de pára-brisa precisa trabalhar a contento. Movimentos lerdos pedem uma regulagem ou enrolamento do motor elétrico. As borrachas das palhetas não podem estar ressecadas ou enroscando nas extremidades do seu percurso.
Peça ao eletricista para espionar a condição da fiação do veículo. Emendas malfeitas - especialmente no chamado chicote - prejudicam a condutividade do sistema e a eficiência dos componentes elétricos. Mesmo que a mão de obra para este pormenor seja um pouco salgada, é melhor do que ficar refém da sorte, longe de casa.
Motores que não contam com ignição eletrônica, se valem de uma pequena, porém essencial peça, denominada platinado. É um item tão barato que vale a pena levar no carro uma unidade de reserva, o mesmo vale para o condensador - que trabalha em conjunto. Muitas vezes a razão de um carro antigo não ligar o motor é porque o platinado colou. A troca poupa o simples trabalho de raspar, com uma chave de fenda, os componentes que ionizam com a ação do tempo e da umidade.
Parte mecânica
Finalizando a parte elétrica mais explícita, logo se percebe que existe uma simbiose entre esta e a parte mecânica. Verificar a bobina, por exemplo, é algo que se pode fazer num auto-elétrico ou na oficina mecânica. Porém, toda revisão nesta área passa pela avaliação do estado das velas, além de seus cabos. Se as velas estiverem sujas e não forem limpas ou substituídas, qualquer um dos cilindros do motor pode parar repentinamente.
Motores mais cansados fazem as velas sujarem mais rápido, pois o óleo lubrificante que circula em seu interior começa a subir pelas minúsculas frestas que surgem inexoravelmente, com o desgaste dos anéis. Neste momento, não se sinta constrangido em pedir para o seu mecânico instalar um tucho, se uma vela aparecer mais suja que as demais. Eficaz e barata, esta solução protela a retífica do motor. Mas neste caso as visitas de verificação junto ao mecânico deverão ser mais constantes, pois os tuchos não fazem milagres.
Após repassar as válvulas, está na hora de conferir a regulagem do carburador. Se o motor for de dupla carburação, ambos devem funcionar simultaneamente, para tanto, o mecânico deve estar com os ouvidos apurados ao fazer a equalização. Se o quesito a ser analisado forem os giclês, adote os mecânicos, que são mais simples, leves e pequenos. Giclês eletrônicos são relativamente pesados e grandes, por isso desregulam facilmente, devido à trepidação causada por pavimentos irregulares.
A trepidação também pode prejudicar a fixação dos filtros de ar sobre os carburadores. Um filtro tombado não significa necessariamente que o motor vai parar, mas esta situação pode ser muito danosa se o ambiente da estrada estiver empoeirado. Muitas vezes ocorre que o próprio suporte para o filtro está danificado, mas existem adaptadores de plástico reforçado que solucionam a questão facilmente.
Em revisões mecânicas não se adota o hábito de abrir o motor ou a caixa de câmbio. Estes procedimentos são custosos e só devem ser feitos em casos de ruídos metálicos evidentes ou a observação de vazamento de óleo em excesso. Todo carro antigo necessita de complemento de óleo lubrificante, antes mesmo que este esteja vencido, mas só quando a quantidade a ser adicionada for exagerada ou freqüente é que se deve prestar mais atenção na vida útil do conjunto.
O mesmo procedimento, no entanto, não pode ser adotado para o fluído dos freios. Se for necessário completar o nível deste, é imperativo rastrear, antes, a origem de possíveis vazamentos. Quando estes forem detectados e devidamente sanados, deve se promover uma sangria no sistema e repor com fluído novo. Ainda no quesito “freios”, não deixem de averiguar as condições das pastilhas e discos.
Ao lado do pedal do freio temos o pedal da embreagem. O cabo desta também entra na lista de peças de reposição que se deve ter por perto, por ocupar pouco espaço – e peso – no bagageiro. Sua regulagem é bastante flexível e se adapta ao estilo de dirigir de cada um. Há os que preferem respostas rápidas e secas, assim como outros que optam por um curso maior e mais suave. O importante é que este item não fique esquecido na hora de se pedir uma revisão geral.
Motores mais cansados fazem as velas sujarem mais rápido, pois o óleo lubrificante que circula em seu interior começa a subir pelas minúsculas frestas que surgem inexoravelmente, com o desgaste dos anéis. Neste momento, não se sinta constrangido em pedir para o seu mecânico instalar um tucho, se uma vela aparecer mais suja que as demais. Eficaz e barata, esta solução protela a retífica do motor. Mas neste caso as visitas de verificação junto ao mecânico deverão ser mais constantes, pois os tuchos não fazem milagres.
Após repassar as válvulas, está na hora de conferir a regulagem do carburador. Se o motor for de dupla carburação, ambos devem funcionar simultaneamente, para tanto, o mecânico deve estar com os ouvidos apurados ao fazer a equalização. Se o quesito a ser analisado forem os giclês, adote os mecânicos, que são mais simples, leves e pequenos. Giclês eletrônicos são relativamente pesados e grandes, por isso desregulam facilmente, devido à trepidação causada por pavimentos irregulares.
A trepidação também pode prejudicar a fixação dos filtros de ar sobre os carburadores. Um filtro tombado não significa necessariamente que o motor vai parar, mas esta situação pode ser muito danosa se o ambiente da estrada estiver empoeirado. Muitas vezes ocorre que o próprio suporte para o filtro está danificado, mas existem adaptadores de plástico reforçado que solucionam a questão facilmente.
Em revisões mecânicas não se adota o hábito de abrir o motor ou a caixa de câmbio. Estes procedimentos são custosos e só devem ser feitos em casos de ruídos metálicos evidentes ou a observação de vazamento de óleo em excesso. Todo carro antigo necessita de complemento de óleo lubrificante, antes mesmo que este esteja vencido, mas só quando a quantidade a ser adicionada for exagerada ou freqüente é que se deve prestar mais atenção na vida útil do conjunto.
O mesmo procedimento, no entanto, não pode ser adotado para o fluído dos freios. Se for necessário completar o nível deste, é imperativo rastrear, antes, a origem de possíveis vazamentos. Quando estes forem detectados e devidamente sanados, deve se promover uma sangria no sistema e repor com fluído novo. Ainda no quesito “freios”, não deixem de averiguar as condições das pastilhas e discos.
Ao lado do pedal do freio temos o pedal da embreagem. O cabo desta também entra na lista de peças de reposição que se deve ter por perto, por ocupar pouco espaço – e peso – no bagageiro. Sua regulagem é bastante flexível e se adapta ao estilo de dirigir de cada um. Há os que preferem respostas rápidas e secas, assim como outros que optam por um curso maior e mais suave. O importante é que este item não fique esquecido na hora de se pedir uma revisão geral.
Suspensão, alinhamento e balanceamento
Ao levar seu carro para trocar o óleo, experimente acompanhar o serviço, especialmente quando o veículo ficar suspenso pelo macaco hidráulico. Observe o estado das coifas de borracha: se estiverem ressecadas está no momento de trocar. Solicite ao funcionário da ocasião que engraxe os braços da suspensão. Infelizmente não são todos os postos de serviço que dispõem desse tipo de equipamento. Procure se informar, portanto, de um local adequado para realizar esta rotina de manutenção.
Certas suspensões são reguladas facilmente através de catracas, neste caso resista à tentação de alterar a altura padrão de seu veículo. Sua geometria foi concebida para trabalhar com o máximo de segurança e eficácia possível. Aumentar a altura da suspensão pode conferir um ar mais imponente ao carro, mas gera também, sensivelmente, maior consumo de combustível. Por outro lado, ao abaixar a suspensão, haverá uma dúbia impressão de maior estabilidade, porém certamente o conjunto sofrerá com as lombadas e buracos das vias brasileiras - sem contar que certos objetos estranhos podem oferecer um risco à dirigibilidade.
Entre as suspensões e o chão temos os pneus. Obviamente deve-se descartar o uso de pneus carecas. Só que no caso de veículos antigos, mesmo com os sulcos preservados, pode ser que os pneus estejam ressecados, havendo o risco de dechaparem em alta velocidade, com conseqüências traumáticas. Respeite a vida útil deles, portanto. Ela pode ser maior se alguns cuidados forem tomados, o mais simples é fazer a calibragem, sempre que possível.
Consulte o manual de instruções para saber quanta pressão cada pneu pode receber. Conforme a distribuição de peso do modelo, pode haver variação entre pneus dianteiros e traseiros. É o caso do MP Lafer, por exemplo: o eixo traseiro recebe mais carga, pois o motor e os ocupantes estão concentrados sobre ele. A dianteira do MP é mais leve e, portanto, a calibragem do eixo dianteiro é ligeiramente menor. De qualquer forma, nunca esqueça de calibrar também o estepe que, mesmo sem uso, costuma esvaziar com o passar das semanas.
Por fim, proceda com o alinhamento e balanceamento das rodas, ocasião em que se confere também a situação dos amortecedores. Evite as cambagens negativas ou positivas demais: elas geram desgaste maior nas zonas periféricas dos pneus e, fora do ambiente esportivo, não resultam em qualquer ganho de performance para o motorista - que não é piloto profissional. Os amortecedores, por sua vez, devem ser substituídos sempre que, ao serem testados manualmente, responderem com mais variações do que as provocadas pelos braços do avaliador.
Certas suspensões são reguladas facilmente através de catracas, neste caso resista à tentação de alterar a altura padrão de seu veículo. Sua geometria foi concebida para trabalhar com o máximo de segurança e eficácia possível. Aumentar a altura da suspensão pode conferir um ar mais imponente ao carro, mas gera também, sensivelmente, maior consumo de combustível. Por outro lado, ao abaixar a suspensão, haverá uma dúbia impressão de maior estabilidade, porém certamente o conjunto sofrerá com as lombadas e buracos das vias brasileiras - sem contar que certos objetos estranhos podem oferecer um risco à dirigibilidade.
Entre as suspensões e o chão temos os pneus. Obviamente deve-se descartar o uso de pneus carecas. Só que no caso de veículos antigos, mesmo com os sulcos preservados, pode ser que os pneus estejam ressecados, havendo o risco de dechaparem em alta velocidade, com conseqüências traumáticas. Respeite a vida útil deles, portanto. Ela pode ser maior se alguns cuidados forem tomados, o mais simples é fazer a calibragem, sempre que possível.
Consulte o manual de instruções para saber quanta pressão cada pneu pode receber. Conforme a distribuição de peso do modelo, pode haver variação entre pneus dianteiros e traseiros. É o caso do MP Lafer, por exemplo: o eixo traseiro recebe mais carga, pois o motor e os ocupantes estão concentrados sobre ele. A dianteira do MP é mais leve e, portanto, a calibragem do eixo dianteiro é ligeiramente menor. De qualquer forma, nunca esqueça de calibrar também o estepe que, mesmo sem uso, costuma esvaziar com o passar das semanas.
Por fim, proceda com o alinhamento e balanceamento das rodas, ocasião em que se confere também a situação dos amortecedores. Evite as cambagens negativas ou positivas demais: elas geram desgaste maior nas zonas periféricas dos pneus e, fora do ambiente esportivo, não resultam em qualquer ganho de performance para o motorista - que não é piloto profissional. Os amortecedores, por sua vez, devem ser substituídos sempre que, ao serem testados manualmente, responderem com mais variações do que as provocadas pelos braços do avaliador.
Leitura recomendada: Pressão correta nos pneus do MP
Conclusão
Não é nossa intenção, com este texto, cercar todas as possibilidades da manutenção preventiva de um veículo. Longe disso: são inúmeros componentes que podem ser verificados, entre eles as correias, polias e mangueiras. O que ocorre, muitas vezes, é que ao inspecionarmos algum aspecto do veículo, poderemos notar irregularidades em itens que não eram de nossa suposição. Sempre que isso acontecer, certamente estaremos eliminando uma surpresa desagradável num momento inesperado.
Com o carro devidamente em ordem, só falta fazer a limpeza do interior e enceramento da carroceria, além de ter os itens de segurança obrigatórios sempre em dia. Poucas coisas dão mais prazer ao entusiasta de carros antigos ou especiais, do que esvaziar a mente dirigindo uma máquina com o horizonte aberto ao fundo. No mais, é encher o tanque e boa viagem!
Com o carro devidamente em ordem, só falta fazer a limpeza do interior e enceramento da carroceria, além de ter os itens de segurança obrigatórios sempre em dia. Poucas coisas dão mais prazer ao entusiasta de carros antigos ou especiais, do que esvaziar a mente dirigindo uma máquina com o horizonte aberto ao fundo. No mais, é encher o tanque e boa viagem!
- Por Jean Tosetto