Texto de João Saboia - editor do site mplafer.com - publicado originalmente no grupo de debates do portal Yahoo dedicado ao veículo.
Caros companheiros,
Sempre que aparece um assunto de grande importância no ar, procuro descrever experiências que tenho passado com o meu querido MP Lafer.
Calibragem é um assunto secreto nos boxes dos autódromos. A pressão dos pneus pode ser item capital numa tomada de tempo. Em minha juventude, competi na categoria Divisão 1, com um Fusca 1.500. Nesta classe, não se pode mexer nos carros. Era uma descarga esportiva, direta, santo antônio e retirávamos os pára-choques, pelo regulamento e aliviávamos o peso tirando bancos, estepes e outras peças removíveis. Numa competição assim, a calibragem dos pneus decide resultados.
As variantes são: o piso e suas condições, o tamanho do pneu, o peso, a temperatura e a velocidade. No Fusca, para diminuir o atrito, usava pneus Cinturatto Pirelli 155X15 na frente e 165X15 nas rodas traseiras. Com pneus finos e calibragem alta, o carro anda mais e não tem tanta aderência ao solo. Temos que colocar isso numa balança. Numa alegoria mecânica, diria que HP e TORQUE também devem estar nessa nossa explanação. Não adianta ter um motor com muito HP e pouco torque ou vice versa. Proporção é a chave de tudo, mas vamos calibrar os pneus de nossos MPs.
Com o mesmo chassis do Fusca, Brasília e outros, nosso carrinho tem o seu ponto de equilíbrio, não no centro do veículo mas um pouco deslocado para trás. Este dado nos remete a uma menor aderência dos pneus dianteiros. Como utilizamos, na maioria da vezes, pneus 185X14X70, a calibragem deve ser diferenciada. Mais pressão nos pneus traseiros do que nos dianteiros.
A pressão utilizada determina a forma do desgaste do pneu. Pneu mais cheio gasta no meio, pneu vazio gasta nas extremidades da banda de rodagem. A calibragem determina o tanto de pneu que irá ficar em contato com o solo. Como estamos tratando de distribuição de pesos, é preciso levar em consideração a suspensão do veículo. Mais rebaixado na frente, o MP Lafer tende a chegar mais para frente o seu centro de gravidade. Isso completa mais uma medida para que possamos, teoricamente, determinar uma calibragem precisa. É claro que aí estarão também a temperatura e o grau de exigência do motorista.
A temperatura altera a calibragem na medida em que exigimos dos pneus. Pneu quente, ar quente, mais pressão. Os fabricantes recomendam calibrar os pneus frios. Nelson Piquet inventou um "cobertor de pneus" para ser usado quando o carro está no box. Assim, mantêm a sua pressão e, também, a aderência da borracha. Será que é preciso tanta coisa para calibrar os pneus de um MP Lafer? Todas as vezes que calibramos, estamos mexendo com isso tudo mas as condições de uso é que irão determinar nossos números.
Carro vazio, cheio, com ou sem bagagem? Insisto que colocar chumbo na frente do carro não vai melhorar sua estabilidade já que o peso ideal é o bem distribuído por todo o chassis. Muito peso na frente e muito peso atrás, num caso de derrapagem, fica mais difícil a manobra de segurar o carro. As forças centrífugas e centrípetas que atuam na rodagem, trabalham concentradas nas pontas e a inércia faz com que um movimento rotativo se estenda.
Vamos calibrar? Para passear, 18 na frente e 22 atrás. Na estrada, 22 e 26. Na chuva, 16 e 20. Essas são as calibragens que uso. No estepe, 35.
Muito grato,
João Saboia
Caros companheiros,
Sempre que aparece um assunto de grande importância no ar, procuro descrever experiências que tenho passado com o meu querido MP Lafer.
Calibragem é um assunto secreto nos boxes dos autódromos. A pressão dos pneus pode ser item capital numa tomada de tempo. Em minha juventude, competi na categoria Divisão 1, com um Fusca 1.500. Nesta classe, não se pode mexer nos carros. Era uma descarga esportiva, direta, santo antônio e retirávamos os pára-choques, pelo regulamento e aliviávamos o peso tirando bancos, estepes e outras peças removíveis. Numa competição assim, a calibragem dos pneus decide resultados.
As variantes são: o piso e suas condições, o tamanho do pneu, o peso, a temperatura e a velocidade. No Fusca, para diminuir o atrito, usava pneus Cinturatto Pirelli 155X15 na frente e 165X15 nas rodas traseiras. Com pneus finos e calibragem alta, o carro anda mais e não tem tanta aderência ao solo. Temos que colocar isso numa balança. Numa alegoria mecânica, diria que HP e TORQUE também devem estar nessa nossa explanação. Não adianta ter um motor com muito HP e pouco torque ou vice versa. Proporção é a chave de tudo, mas vamos calibrar os pneus de nossos MPs.
Com o mesmo chassis do Fusca, Brasília e outros, nosso carrinho tem o seu ponto de equilíbrio, não no centro do veículo mas um pouco deslocado para trás. Este dado nos remete a uma menor aderência dos pneus dianteiros. Como utilizamos, na maioria da vezes, pneus 185X14X70, a calibragem deve ser diferenciada. Mais pressão nos pneus traseiros do que nos dianteiros.
A pressão utilizada determina a forma do desgaste do pneu. Pneu mais cheio gasta no meio, pneu vazio gasta nas extremidades da banda de rodagem. A calibragem determina o tanto de pneu que irá ficar em contato com o solo. Como estamos tratando de distribuição de pesos, é preciso levar em consideração a suspensão do veículo. Mais rebaixado na frente, o MP Lafer tende a chegar mais para frente o seu centro de gravidade. Isso completa mais uma medida para que possamos, teoricamente, determinar uma calibragem precisa. É claro que aí estarão também a temperatura e o grau de exigência do motorista.
A temperatura altera a calibragem na medida em que exigimos dos pneus. Pneu quente, ar quente, mais pressão. Os fabricantes recomendam calibrar os pneus frios. Nelson Piquet inventou um "cobertor de pneus" para ser usado quando o carro está no box. Assim, mantêm a sua pressão e, também, a aderência da borracha. Será que é preciso tanta coisa para calibrar os pneus de um MP Lafer? Todas as vezes que calibramos, estamos mexendo com isso tudo mas as condições de uso é que irão determinar nossos números.
Carro vazio, cheio, com ou sem bagagem? Insisto que colocar chumbo na frente do carro não vai melhorar sua estabilidade já que o peso ideal é o bem distribuído por todo o chassis. Muito peso na frente e muito peso atrás, num caso de derrapagem, fica mais difícil a manobra de segurar o carro. As forças centrífugas e centrípetas que atuam na rodagem, trabalham concentradas nas pontas e a inércia faz com que um movimento rotativo se estenda.
Vamos calibrar? Para passear, 18 na frente e 22 atrás. Na estrada, 22 e 26. Na chuva, 16 e 20. Essas são as calibragens que uso. No estepe, 35.
Muito grato,
João Saboia
curiosamente, sem saber, apenas testando na prática, cheguei exatamente aos mesmos números!
ResponderExcluirMuito bom. Parabéns!
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