O Lafer TI na subida do Pico do Jaraguá

O segundo personagem desta estória é o belo MP Lafer TI acima, que apesar da aparência impecável, se recusa a deitar eternamente sobre cavaletes esplêndidos. A garagem só lhe interessa para abrigar-se do sol e da chuva, enquanto seu dono está entretido em outros afazeres. Suas linhas clássicas e esportivas o fazem querer ver sempre um segmento interminável de asfalto pela frente. Seu motor e tração na traseira são ótimos para certos tipos de desafios.

O terceiro personagem atende pelo nome de Pico do Jaraguá, com seus 1.135 metros de altitude, é o ponto mais alto da cidade de São Paulo, reinando em seu parque sobre a Serra da Cantareira, de onde acompanha o vai e vem de gente que transita pelas Rodovias Bandeirantes e Anhangüera. Mas onde está o primeiro personagem? Ele é o protagonista! E ninguém melhor do que ele mesmo para contar tudo em detalhes:

"A convite de alguns amigos do Auto Union DKW Clube, tive a chance de participar da XXVII Subida de Montanha Internacional Pico do Jaraguá 2.007, realizada no dia 16 de junho passado.

Estariam lá carros de todos os tipos, incluindo DKWs, Fuscas, GT Malzoni, Porsche, Mitsubishi Eclipse, Toyota Supra, Mustang, Alfa Romeo, Golf VR6, Lobini, Mini Cooper, Camaro, Maverick, Datzun Z, Pumas e até um raro Fiat Abarth 1.000, e o meu TI representando os MPs da Lafer.

Os carros seriam divididos por categorias baseadas na cilindrada do motor, e a competição era ver quem subia a montanha no menor tempo possível. Depois que todos subissem, haveria um churrasco de confraternização e a entrega dos prêmios.

Estava muito entusiasmado para competir e, na véspera, junto com um amigo, improvisei um suporte para colocar minha câmera digital e filmar a emocionante subida do Pico, com o pé embaixo.

No dia 16 fui cedinho para o Pico e fiquei por lá, vendo os carros chegarem e se alinharem, na espera da hora de acelerar. Como sempre, atrasos, desencontros, aguardar a chegada dos Bombeiros e da Ambulância, entre outros.

Finalmente, por volta das 10 horas da manhã, o primeiro DKW larga.

Mais alguns minutos e lá estou eu, de capacete e luvas, no ponto de largada aguardando o sinal. Aciono a câmera e... droga! Ela começa a apitar e piscar no visor a frase "Erro no memory card". Tento de novo e... a mesma coisa acontece. Desisto e me concentro nas luzes.

O momento prévio à largada: adrenalina em alta e pé direito em baixa.

Luz verde! Acelero fundo e arranco: primeira, segunda, terceira e... curva à esquerda, diminuindo um pouco a velocidade. Daí em diante, uma seqüência de pequenas retas e curvas quase sempre fechadas da estrada do Pico. O TI segue valente e muito estável, fazendo sem reclamar o percurso cercado de muito verde. É muito bom fazer uma subida de serra utilizando a pista toda, fazendo a aproximação e tangenciando as curvas.

Chego ao topo e recebo a bandeira quadriculada. Dá para perceber que o motor do MP está quente, mas não rateou para subir. Junto-me a uns amigos que já tinham subido, e ficamos próximos à última curva, para ver a chegada dos outros carros. Alguns sobem muito forte, principalmente Maverick V8, Porsche, Toyota Supra e o pequenino Fiat Abarth 1.000 cc.

Após a chegada do último carro, aguardamos a ordem dos organizadores e todos os carros descem para o churrasco.

Começa o churrasco, animado por muita cerveja e pelas histórias que cada um conta da sua experiência, do carro que não andou, do que ferveu, etc. Ali estava no ar o entusiasmo e a paixão por automóveis que aquelas pessoas todas sentiam.

Depois de algum tempo, a premiação e... surpresa! O segundo colocado na categoria até 1600 cc sou eu! Nem acredito. É a primeira vez que participo e vim para me divertir.
Recebo uma caixa de ferramentas e uma placa comemorativa do evento.

A confirmação de que ser o segundo também é motivo de felicidade.

Volto pra casa feliz da vida, depois de um dia muito agradável na companhia de gente que compartilha comigo o gosto pelos carros, pelas estradas e pelas estórias das quais participamos juntos.

Abraços,

Nelson Porto"

Elenco de apoio:

O DKW Belcar 1959 foi o primeiro veículo a largar. Equipamentos de foto-célula garantiram a eficiência da cronometragem.

A réplica do Ford Cobra, uma legenda americana, ante um Alfa Romeo, um clássico italiano, vermelho como todas as máquinas de lá devem ser.

O Maverick do Batistinha foi um dos vencedores da jornada. Na última curva do percurso, porém, um susto quase encerra sua corrida mais cedo.

O valente Fiat Abarth 1.000 cc, cuja motorização também é traseira, teve a tampa levemente levantada para ajudar na refrigeração.

Possante como todo carrão americano dos anos setenta, o Camaro Z28 ostentou o brilho dos cromados em contraste com o fundo verde da mata.

Por fim, mas não menos importante, foi a presença deste reluzente exemplar da indústria alemã: um Opel GT 1970.


Veja também:

Subida do Pico 2007: a placa comemorativa


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