Mudança de tática
Para Passino, a corrida que estava praticamente ganha até 30 minutos antes era agora inteiramente imprevisível. Ele tinha perdido três carros, um outro (n.º 57) ia bem atrasado do grupo e o seu n.° 2 ainda estava parado no boxe reparando a embreagem.
- Diga a Foyt que diminua a marcha e dê a volta em 3m 50s – ordenou. – Se alguma coisa acontecer a ele, adeus primeiro lugar.
Os boxes da Ferrari estavam em júbilo. Lini, agora com três Ferraris vermelhas circulando atrás do Ford que liderava a prova, como um trio de tubarões famintos, voltou a sorrir. Assim que o sol surgiu, ele decidiu atacar. Ludovico Scarfiotti, o piloto da Ferrari mais avançada, recebeu a ordem de fazer a volta na pista em 3m 30s.
A perseguição ferrenha da Ferrari começou a diminuir a liderança da Ford, mas às 10h 10m Scarfiotti chegou com más notícias.
- Óleo em toda a pista – disse.
Lini disse a Mike Parkes, parceiro de Scarfiotti, para ir com cuidado até que o óleo secasse.
Às 11 da manhã apenas dois Fords e duas Ferraris permaneciam entre os 16 carros restantes; 39 estavam fora da corrida. Sem saber qual a diminuição de velocidade determinada por Passino para o Ford que liderava, Lini convenceu-se de que ele estava com algum problema mecânico.
-Terminaremos com uma arrancada final – anunciou ao meio-dia.
Esforço em vão
Parkes entrou no boxe e Scarfiotti preparou-se para assumir a direção. Ele tinha passado a hora anterior sendo massageado, mas estava branco e trêmulo pelo esforço e pela fadiga. A liderança da Ford tinha agora diminuído de quase sete para pouco mais de quatro voltas, mas quatro voltas representavam mais de 12 minutos. Para ter uma possibilidade de alcançar o líder da prova, Scarfiotti teria de fazer voltas em menos de 3m 30s. Lini disse-lhe que tentasse.
Às 14 horas a liderança da Ford tinha caído para menos de quatro voltas. Nos boxes da Ferrari, Mike Parkes assumiu e Scarfiotti caiu exausto em uma cadeira de lona, cansado demais para se preocupar com o que estava acontecendo. Minutos mais tarde, quando o Ford que corria em primeiro lugar entrou no seu boxe, correu um boato nos boxes da Ferrari.
- Está quebrado! – gritou alguém.
Não estava, e dentro em pouco os cronômetros começaram a contar uma história diferentre. O ritmo brutal da Ferrari estava começando a se refletir nos pilotos e nos carros. Gradualmente, o tempo das voltas da Ferrari começou a aumentar até que se igualou com o do Ford de Gurney-Foyt,o qual estava mantendo a liderança com cuidado, reduzindo a velocidade para diminuir a possibilidade de falha mecânica. A diminuição de velocidade dos carros italianos encerrou o capítulo: a valente perseguição da Ferrari estava terminada.
Uma hora mais tarde, piscando as luzes numa manifestação de alegria, Foyt passou com seu carro vermelho pela bandeia xadrez – o primeiro carro americano dirigido por americanos a vencer em Le Mans. A Ford estabelecera um novo recorde em Le Mans para o número total de voltas feitas (388) e para a velocidade média (218,037 km/h). Lini, da Ferrari, forçou um sorriso. Em seguida telefonou, comunicando o resultado ao gênio solitário que aguardava no escritório da fábrica em Maranello – e uma outra grande corrida passava à história do automobilismo.
O site mplafer.net agradece ao artista espanhol Diego Serrano pela permissão do uso de seu trabalho para ilustrar este especial natalino, e recomenda para todos a visita ao seu belíssimo site: www.diegoserrano.net
Para Passino, a corrida que estava praticamente ganha até 30 minutos antes era agora inteiramente imprevisível. Ele tinha perdido três carros, um outro (n.º 57) ia bem atrasado do grupo e o seu n.° 2 ainda estava parado no boxe reparando a embreagem.
- Diga a Foyt que diminua a marcha e dê a volta em 3m 50s – ordenou. – Se alguma coisa acontecer a ele, adeus primeiro lugar.
Os boxes da Ferrari estavam em júbilo. Lini, agora com três Ferraris vermelhas circulando atrás do Ford que liderava a prova, como um trio de tubarões famintos, voltou a sorrir. Assim que o sol surgiu, ele decidiu atacar. Ludovico Scarfiotti, o piloto da Ferrari mais avançada, recebeu a ordem de fazer a volta na pista em 3m 30s.
A perseguição ferrenha da Ferrari começou a diminuir a liderança da Ford, mas às 10h 10m Scarfiotti chegou com más notícias.
- Óleo em toda a pista – disse.
Lini disse a Mike Parkes, parceiro de Scarfiotti, para ir com cuidado até que o óleo secasse.
Às 11 da manhã apenas dois Fords e duas Ferraris permaneciam entre os 16 carros restantes; 39 estavam fora da corrida. Sem saber qual a diminuição de velocidade determinada por Passino para o Ford que liderava, Lini convenceu-se de que ele estava com algum problema mecânico.
-Terminaremos com uma arrancada final – anunciou ao meio-dia.
Esforço em vão
Parkes entrou no boxe e Scarfiotti preparou-se para assumir a direção. Ele tinha passado a hora anterior sendo massageado, mas estava branco e trêmulo pelo esforço e pela fadiga. A liderança da Ford tinha agora diminuído de quase sete para pouco mais de quatro voltas, mas quatro voltas representavam mais de 12 minutos. Para ter uma possibilidade de alcançar o líder da prova, Scarfiotti teria de fazer voltas em menos de 3m 30s. Lini disse-lhe que tentasse.
Às 14 horas a liderança da Ford tinha caído para menos de quatro voltas. Nos boxes da Ferrari, Mike Parkes assumiu e Scarfiotti caiu exausto em uma cadeira de lona, cansado demais para se preocupar com o que estava acontecendo. Minutos mais tarde, quando o Ford que corria em primeiro lugar entrou no seu boxe, correu um boato nos boxes da Ferrari.
- Está quebrado! – gritou alguém.
Não estava, e dentro em pouco os cronômetros começaram a contar uma história diferentre. O ritmo brutal da Ferrari estava começando a se refletir nos pilotos e nos carros. Gradualmente, o tempo das voltas da Ferrari começou a aumentar até que se igualou com o do Ford de Gurney-Foyt,o qual estava mantendo a liderança com cuidado, reduzindo a velocidade para diminuir a possibilidade de falha mecânica. A diminuição de velocidade dos carros italianos encerrou o capítulo: a valente perseguição da Ferrari estava terminada.
Uma hora mais tarde, piscando as luzes numa manifestação de alegria, Foyt passou com seu carro vermelho pela bandeia xadrez – o primeiro carro americano dirigido por americanos a vencer em Le Mans. A Ford estabelecera um novo recorde em Le Mans para o número total de voltas feitas (388) e para a velocidade média (218,037 km/h). Lini, da Ferrari, forçou um sorriso. Em seguida telefonou, comunicando o resultado ao gênio solitário que aguardava no escritório da fábrica em Maranello – e uma outra grande corrida passava à história do automobilismo.
O site mplafer.net agradece ao artista espanhol Diego Serrano pela permissão do uso de seu trabalho para ilustrar este especial natalino, e recomenda para todos a visita ao seu belíssimo site: www.diegoserrano.net
Esta senão é uma das melhores peças jamais escritas sobre Le Mans é pelo menos uma grande responsável pela minha paixão pelas corridas. Recortei-a das Selecções do Reader's Digest em 1968 e ainda a guardo. Fantástico que alguém se lembrou de a pôr aqui!!! Obrigado e parabéns!!!
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