Nascido em São Paulo, eu morava no Campo Belo, próximo ao Aeroporto de Congonhas, nos anos de 1970 a 1980. Acostumado a ver aviões e carros da janela do apartamento, tinha 5 ou 6 anos.
Lembro perfeitamente da primeira vez que vi um MP Lafer, passando pela rua em frente: amarelo, lindo, com a capota aberta. A motorista era uma loura.
As lembranças diluídas pelo tempo só aumentam os laços de uma paixão.
Aquele carro me fascinou, parecia um brinquedo para adulto, a partir daí, sempre próximo daquele horário que eu o vi, corria para a janela, e lá, ficava torcendo para ver o carrinho.
E ele sempre passava.
Passei então a torcer para chover, isso porque queria ver o carrinho amarelinho com a capota fechada, depois torci para o trânsito parar, pois assim eu conseguiria admirar por um pouquinho mais aquele brinquedo de adulto.
Imaginava: "Ela (a loura) nem sabe que estou aqui vendo seu brinquedo."
Aquele amarelinho me deixava contente.
Algumas tardes, ele passava atrasado na rua em frente onde eu morava, outras nem passava, mas eu esperava pela próxima tarde.
Muito tempo foi assim, hoje não sei precisar quanto, afinal eu era pequeno e minha noção de tempo era outra.
Não tenho como saber, o porque deixou de passar na minha janela aquele brilhante carro amarelo.
Passei então a procurá-lo nas ruas. Fazia passeios com meus pais e olhava pelo vidro do carro, para encontrar o amarelinho ou outro, de outra cor. Algumas vezes eu o achei.
Lembro-me que perguntei a alguém, sobre o nome do carro. Responderam-me:
- É MP Lafer!
Guardei em minha memória esse nome.
Anos se passaram. Fomos eu e minha família morar em Rio das Pedras – cidadezinha do interior, próxima a Piracicaba, terra natal de meus pais e avós.
Lá também encontrei alguns MPs.
Quando fui fazer minha carteira de identidade, me mandaram assinar. Eu escrevi meu primeiro nome, no segundo abreviei um "M", no sobrenome de minha mãe abreviei um "P" e por fim escrevi o sobrenome de meu pai.
Mais uma vez o MP e eu estamos juntos.
Finalmente tirei minha carteira de motorista.
Tive meu primeiro carro e não foi um MP Lafer.
Depois veio a faculdade, o apartamento, o casamento, a filha; e o mais próximo que cheguei de um MP foi em exposições de veículos antigos em Piracicaba ou Águas de São Pedro.
Mas o MP sempre esteve em meu pensamento, quando novo, quando velho e barato e agora antigo e caro.
Fiz um comentário no Livro de Visitas, deste site, em 13 de novembro de 2007, de nº 296, que diz o seguinte: "Gosto muito do MP Lafer, já faz até parte de meu nome. Um dia terei um com certeza. Estou sempre especulando aqui e ali."
Abraços aos amigos com o mesmo sonho - ou a mesma paixão.
Valfredo M. P. Galante
30 de julho de 2010
Veja também:
Uma história de paixão!
Que saudade do meu MP Lafer
Mosaicos de boas lembranças
MP Lafer - a primeira vez ninguém esquece
Paixão: nós e os MPs
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