Caravan SS: saudades do sul

Anibal Tosetto e sua Caravan SS: um carro para levar a família inteira para as viagens, levando tudo na esportiva.
Anibal Tosetto e sua Caravan SS: um carro para levar a família inteira para as viagens, levando tudo na esportiva.

Enganam-se aqueles que pensam que as férias, para serem inesquecíveis, dependem de resorts, passaportes, guias turísticos e festas de arromba em países remotos. Se você está cercado das pessoas certas, até de uma caminhonete será capaz de extrair grandes lembranças.

Por Jean Tosetto *

Minhas primeiras memórias automotivas são comuns para milhares de brasileiros, pois remetem ao Fusca. Nasci em 1976 e no ano seguinte meu pai comprou um Fusca branco zero quilômetro, com o qual ficou até cerca de 1980. Antes dele meu pai também tinha um Fusca, mas não lembro sequer de sua cor. Eu gostava tanto do Fusca branco que o compreendia como a extensão de minha casa, e chorei quando meu pai trocou o carro por uma Brasília marrom, seminova. Até então nossa família só tinha automóveis da Volkswagen.

Logo me afeiçoei à Brasília também, mas não a ponto de ficar triste quando ela também foi trocada, por duas razões: eu já estava grandinho e o carro que meu pai trouxe para casa era demais – uma Caravan SS 1978. Não me pergunte se ela tinha quatro ou seis cilindros, pois aos seis anos de idade ninguém se importa com isso. Porém ela vinha com todos os realces que deixavam o utilitário da Chevrolet com uma cara esportiva: faixa preta na base lateral da carroceria, espelho retrovisor com formato aerodinâmico e faróis de neblina no para-choque dianteiro, além, é claro, das rodas gaúchas com a marca da Scorro no cubo central.

Obviamente você não vai questionar a esportividade e o desempenho da Caravan SS usando como base os parâmetros de hoje, quando qualquer modelo mais apimentado ultrapassa facilmente os 180 quilômetros por hora. No começo dos anos 80, quem estava acostumado com as sopradas de leite dos motores boxer refrigerados a ar da VW, se impressionava inquestionavelmente quando experimentava o motor bem mais potente da GM. E aqui nem é preciso ficar tecendo elogios para a mecânica consagrada que equipava o Opala e a Caravan, pois um motor que trabalha bonito sem precisar de uma correia dentada já tem o seu lugar no clube da confiabilidade.

O grande teste

Meu pai costumava “batizar” seus carros com uma viagem para o Rio Grande do Sul, onde até hoje temos alguns parentes. Entre Paulínia, no sudeste de São Paulo, e Giruá, no noroeste do Rio Grande do Sul, são aproximadamente 1.200 quilômetros de distância, que meu pai gostava de vencer num único dia, dirigindo por extenuantes 13, 14 ou 15 horas interrompidas apenas para abastecer o carro e esvaziar a bexiga - isto é que é gostar de dirigir. Para tanto, minha mãe fazia sanduíches e enchia garrafas térmicas com suco e café. Saíamos de madrugada e víamos o dia amanhecer quase na divisa com o Paraná. Chegávamos ao destino tarde da noite, depois de cruzar três fronteiras estaduais sem pagar um único pedágio.


A Caravan SS estacionada em Giruá. Minha irmã e eu estamos ao lado dela. Dentro do carro meu irmão e meu primo fuçam no aparelho de rádio amador.
A Caravan SS estacionada em Giruá. Minha irmã e eu estamos ao lado dela. Dentro do carro meu irmão e meu primo fuçam no aparelho de rádio amador.

A viagem com a Caravan SS foi feita durante as férias de inverno de 1982. O veículo foi lotado, fazendo jus ao seu conceito, com meu pai na direção e minha mãe na função de copiloto. Meu primo Fábio, que já era adolescente, ficou com a ponta esquerda do banco traseiro. Minha avó materna ficou na ponta direita e dividi o miolo com meu irmão mais velho, na época com nove anos. Minha irmã caçula, com apenas cinco anos, pulava do colo da minha mãe para o colo da vó, e por vezes se deitava num acolchoado do bagageiro uma vez que, há mais de trinta anos, as pessoas não levavam a metade do closet nas viagens. Detalhe: ninguém usava cinto de segurança, pois não era obrigatório.

Curtindo a estrada

Você pode imaginar que passar mais de dez horas dentro de um carro numa longa viagem pode ser algo entediante, mas não era. Meu pai tinha habilitação para usar rádio amador e a Caravan contava com um PX Cobra de última geração, instalado numa bandeja abaixo do painel. Uma grande antena era fixada no para-choque traseiro e permitia que meu pai conversasse com outros motoristas na estrada, especialmente os caminhoneiros, além de usuários com estações fixas nas cidades ao longo do caminho. Eu achava aquilo o máximo, já que poucas pessoas tinham aquele equipamento, como os patrulheiros do seriado “CHiPs” - que tanto adorava.

Nas conversas repletas de códigos e câmbios, meu pai se informava das condições da pista logo adiante, bem como sobre o clima e se havia fiscalização – ele não era pé de chumbo, mas gostava de acelerar nos retões que tinham pouco movimento, quando a Caravan parecia assobiar devido ao arrasto aerodinâmico típico de um carro com três volumes. A suspensão macia embalava a expectativa de chegar mais cedo, que só era desmanchada quando minha mãe resolvia sacar uma fita cassete do Julio Iglesias para cortar os diálogos de meu pai. Pois é, nem tudo era uma maravilha naquela época. Ficávamos torcendo para que ninguém achasse a fita do Ray Conniff no console.

Nossas fitas favoritas eram do Elvis Presley e de uma coletânea com a trilha sonora de séries de TV: “O Homem de Seis Milhões de Dólares”, “O Incrível Hulk”, “Jornada nas Estrelas”, “Shaft”... Naquela viagem, quando a noite começou a cair, minha mãe sintonizou uma rádio FM da região de Carazinho. Lembro que tocou uma sequência incrível de músicas, de cujas bandas só fui descobrir os nomes muitos anos depois, entre elas a Kraftwerk. Até hoje, sempre que ouço Peter Schilling cantando “Major Tom”, volto para aquele banco traseiro de Caravan no meio do nada, rasgando o tecido que compõe o tempo e o espaço.

Posto avançado

A chegada em Giruá, no entanto, era animada com músicas do Teixerinha, Gaúcho da Fronteira e Os Três Xirus - artistas de âmbito local que poucos brasileiros conhecem acima do Trópico de Capricórnio. O que todos sabem é que os sulistas são ótimos anfitriões, que recebem as visitas com um churrasco temperado apenas com sal grosso, e uma animada roda de chimarrão. Se a casa de madeira não era tão grande, eu e meu irmão não nos importávamos de pernoitar na sala de estar, em sacos de dormir sobre o assoalho de tábuas corridas acima de um porão baixo. Éramos escoteiros e curtíamos cada rangido de tábua provocado pelos ventos ou pela dilatação térmica.

De Giruá, cidade pavimentada com paralelepípedos pontiagudos, a Caravan SS trocava o asfalto das rodovias interestaduais pelo chão de terra das estradas vicinais, repletas de curvas de nível nos trechos em declive, como eram chamadas as lombadas para conter enxurradas de águas pluviais na zona rural. O roteiro incluía visitas aos primos e tios das colônias de Cândido Godói, na região de Santa Rosa. E tome chimarrão e churrasco. E tome cheiro de roça. Uma parada obrigatória era feita nas Ruínas de São Miguel das Missões, consideradas parte do patrimônio histórico mundial pela UNESCO. Para não deixar ninguém de fora, esticávamos as visitas até São Borja, berço de Getúlio Vargas e João Goulart.


A Caravan branca leva a família e os agregados para conhecer o terreno da futura casa no meio do mato, agora engolida pelo crescimento da cidade.
As Ruínas de São Miguel das Missões escondem mistérios e lendas que povoam o imaginário dos gaúchos, herdeiros das tradições que mesclam as culturas indígenas e europeias.

Rajadas de expectativa

A Guerra das Malvinas contra a Inglaterra havia colocado a Argentina no noticiário da TV com tamanha frequência que até um garoto de seis anos como eu conseguiu guardar recordações do abominável evento. Naquela mesma conturbada época nossos pais resolveram que havia chegado a hora de conhecermos outro país pela primeira vez - de Caravan, logicamente. O medo só aumentava a cada quilômetro percorrido em direção à fronteira: o pior do conflito já havia passado e as batalhas nem foram travadas no continente, mas qualquer coisa poderia acontecer - ao menos na cabeça de uma criança.

Quando chegamos à cidadela de Porto Mauá, meu medo se converteu em pavor ao descobrir que a travessia para Alba Posse, na Argentina, seria feita numa velha balsa através do Rio Uruguai. Nunca havia andado de ferry boat, então meu irmão e meu primo só atiçavam minha apreensão infundada, dado que é muito difícil afundar neste meio de transporte. De lá seguimos para Oberá, onde constatamos um estranho horário comercial, com um período de almoço bem prolongado para incluir a sesta. Os argentinos trabalham das oito da manhã até o meio dia, e depois só retornam ao batente a partir das quatro horas da tarde, mas em compensação vão até oito horas da noite.


Nas ruas centrais de Oberá, diante de uma concessionária da Renault, a família reunida acaba de presentear as crianças com brinquedos. Neste dia ganhei a miniatura de uma moto de patrulheiro.
Nas ruas centrais de Oberá, diante de uma concessionária da Renault, a família reunida acaba de presentear as crianças com brinquedos. Neste dia ganhei a miniatura de uma moto de patrulheiro.

A maior cidade argentina que conhecemos naquela parte do país foi Posadas, nas margens do Rio Paraná, de frente para Encarnación no Paraguai, que conhecemos numa ocasião posterior. Dormíamos em pousadas e hotéis simples, e meu pai fazia a gente bater perna nas calçadas para ouvir as pessoas conversando em outro idioma, além de experimentar pratos diferentes em restaurantes onde os refrigerantes eram servidos junto com garrafas de água, para diluir o xarope e atenuar a doçura dos sabores. Nada muito turístico, mas nem por isso eram passeios enfadonhos – pelo contrário: aprendemos cedo que o mundo não se resumia à nossa pacata Paulínia.

Tingindo a terra vermelha

Para retornar ao Brasil, meu pai fez um caminho diferente, realizando a travessia a partir de San Xavier, para Porto Xavier no lado gaúcho. A diferença era que a partir dali era preciso trafegar por uma estrada de terra cascalhada por alguns quilômetros em direção à Santo Cristo. Pedras soltas batiam no assoalho do carro, provocando algum incômodo. Já estava anoitecendo e estávamos cansados, querendo logo chegar à casa de Giruá. De repente começamos a ouvir um barulho de lata se arrastando, que logo cessou. Então passamos a escutar um silvo estranho e contínuo, e não havia pássaro naquele fim de mundo com tanto fôlego. Meu pai resolveu estacionar.

O tanque de combustível estava vazando! Meu pai havia completado ele com gasolina azul da Argentina, para curtir o desempenho superior da Caravan em solo brasileiro, que a nossa gasolina comum já não mais proporcionava. Por sorte o carro não incendiou – se tivesse explodido eu não estaria aqui contando a história. Deduzimos que uma pedra arrebentou parte do cano de escape que, dobrado, perfurou o tanque de combustível que ficava pendurado atrás do eixo traseiro da Caravan. Esse pedaço de escape havia se soltado e não encontramos mais ele. Analisando com os rigores de hoje, era falsa, portanto, aquela sensação de segurança que sentíamos ao andar naquele carro.

Sem telefone celular e sem o auxílio de uma seguradora para qualquer imprevisto - dado que essas coisas sequer existiam na época - estávamos entregues à própria sorte, sozinhos numa estrada escura. Felizmente nós fomos socorridos por um morador que morava isolado, ali perto. Por uma intrigante coincidência ele era funileiro e sua esposa veio correndo logo depois, com uma bacia de lavar roupa, para salvar o resto de gasolina que havia no tanque. Terminamos aquela “viagem dentro da viagem” de taxi. Meu pai foi buscar a Caravan devidamente consertada no dia seguinte. Resolvida esta questão, tivemos algo diferente para contar na volta para casa.

Mudança de ares

Foi uma viagem marcante, sem dúvida. Depois de visitar tantos parentes no campo, nossos pais resolveram comprar uma chácara em Paulínia, para que nós pudéssemos crescer rodeados de árvores. Meu pai desejava construir uma casa maior e, para tanto, resolveu vender a Caravan SS. Hoje, quando se precisa de dinheiro rápido para fechar um negócio, vende-se um carro à vista e compra-se outro financiando. Mas naquela época meu pai pegava um carro mais barato, para fugir da inflação. Continuamos com uma Caravan, mas desta vez ela era branca e mais velha. Quando a situação apertou na obra, ela foi trocada por um Corcel 72, cuja história merece um conto à parte.


A Caravan branca leva a família e os agregados para conhecer o terreno da futura casa no meio do mato, agora engolida pelo crescimento da cidade.
A Caravan branca leva a família e os agregados para conhecer o terreno da futura casa no meio do mato, agora engolida pelo crescimento da cidade.

De volta para o sul

Anos depois, com as contas em ordem graças à austeridade da minha mãe, que cuidava direitinho do dinheiro que meu pai trazia para casa, voltamos a ter uma Caravan. Esta era azul clara, de 1976, com apenas três marchas, cuja alavanca de câmbio ficava na coluna da direção e gostava de encavalar de vez em quando. O banco da frente era inteiriço e com ela voltamos para o Rio Grande do Sul em janeiro de 1988. Desta vez eu já estava com quase 12 anos de idade, mas ainda não sabia controlar minha boca. Voltamos a cruzar o Rio Uruguai em direção à Argentina. Saindo de Alba Posse um soldado do exército argentino pediu carona até Oberá. Foi quando eu abri a boca:

- Pai, você se lembra da primeira vez que fomos para a Argentina? Furou o tanque de gaso... [POW!]

Não consegui terminar a frase. Um grande estrondo no capô frontal foi seguido por um jato de vapor bem forte, saindo do meio da lataria. Parecia que o carro estava pegando fogo, mas era apenas água superaquecida jorrando por uma mangueira rasgada. Uma pá de hélice da ventoinha que refrigerava o radiador havia se rompido. Detalhe: ela era de metal. Ao se soltar do cubo central ela rompeu uma mangueira de circulação de água e fez um rombo no capô, por onde saíram os vapores. Não estamos falando de uma casca de ovo, mas de uma chapa de metal de um Chevrolet dos anos 70, para você ter uma ideia da força do impacto.

O soldado parou outro carro e se mandou – nem para pedir uma ajuda para nós ele serviu, o gracioso elemento. Foi então que minha mãe deu uma de MacGyver. Ela sacou de sua bolsa um canivete, que não era suíço, mas era um brinde da Balencar (a melhor oficina mecânica que o noroeste gaúcho já teve, sob a batuta do saudoso Lincoln). Ela terminou de cortar a mangueira e esticou ela até o encaixe do radiador, usando um lenço e um pedaço de arame para tentar vedar melhor o local.

Seguindo em frente

Regressamos lentamente até o porto da balsa, onde não havia uma loja de autopeças, porém havia um soldador habilidoso que fez um remendo que nos possibilitou prosseguir até Oberá. Ficamos umas três horas esperando o comércio abrir, pois na província de Misiones o pessoal adora tirar uma soneca depois do almoço, no que fazem bem. A mangueira foi fácil trocar, mas não havia uma ventoinha de Caravan para vender, pois este modelo não era conhecido por lá. O jeito foi comprar uma peça similar, de plástico reforçado, do modelo Chevy Nova, que se não era um Opala era um irmão bem parecido.


O capô da Caravan azul perfurado pela hélice quebrada da ventoinha. Na revelação da foto ocorreu a junção com uma imagem fantasma do mesmo rolo de negativos.
O capô da Caravan azul perfurado pela hélice quebrada da ventoinha. Na revelação da foto ocorreu a junção com uma imagem fantasma do mesmo rolo de negativos.

Com o carro consertado seguimos para o Paraguai no dia seguinte, onde me lembro de ter passado um calor insuportável e de ter almoçado uma “lamburguesa”, já que a comida tradicional dos guaranis não parecia apetitosa na ocasião. Foi a primeira vez que apreciei tomar uns goles de cerveja, que era da Quilmes e descia pela garganta feito água. Até hoje minhas latas de cerveja vencem na geladeira, mas naquele dia eu poderia tomar uma garrafa inteira que sequer ficaria zonzo.

No limite da deserção

Se existe algo que herdei de meu pai foi a mania de querer percorrer caminhos novos. Na volta daquela viagem resolvemos fazer uma barriga para conhecer Foz do Iguaçu, no Paraná. Confiando num mapa de revista, meu pai pegou uma rota alternativa acreditando que ela seria asfaltada, mas de repente nos vimos num trecho de terra batida num lugar mais ermo. Foi quando abri a boca pela segunda vez:

- Mãe, você viu que engraçado? Na primeira viagem para a Argentina furou o tanque de gasolina, e na segunda arrebentou a hélice... Só falta acontecer alguma coisa agora.

Pufff! Furou um pneu. Nunca vi meu pai praguejar tanto. Ele prometeu que na próxima viagem eu ficaria em casa. Se ele tivesse me chamado apenas de pé frio minha orelha não esquentaria até derreter a cera do ouvido. Com o pneu trocado, ficamos rezando para encontrar logo uma borracharia. Como sempre, tudo se resolveu bem e fomos conhecer a tríplice fronteira. Compramos algumas bugigangas no Paraguai e azeitonas na Argentina, além é claro de se impressionar com as Cataratas do Iguaçu – sem dúvida uma maravilha da natureza.


Navegando pelo Rio Iguaçu, prestes a completar 12 anos de idade, este que vos escreve não usou o colete salva-vidas, que sequer foi oferecido no passeio. Outros tempos.
Navegando pelo Rio Iguaçu, prestes a completar 12 anos de idade, este que vos escreve não usava o colete salva-vidas, que sequer foi oferecido pelo guia do passeio. Outros tempos.

Nostalgia

Poderia me alongar por linhas e linhas, relatando os imprevistos que cada viagem nos reservava, porém precisaria de um livro inteiro para tanto. Hoje rimos muito destes episódios e, só depois que formei minha própria família, me dei conta do quanto meus pais se esforçavam para que não faltasse nada para nós. Se não podíamos andar de avião para algum lugar exótico, meus pais faziam questão de colocar uma querida Caravan na estrada. Os carros eram queridos naquela época e por isso eles faziam parte dos álbuns de fotografia. E mesmo que não fizessem, eu guardaria a lembrança de cada um deles num cantinho do meu coração.

Leia mais textos da coluna "Editor Volante"
* Jean Tosetto é arquiteto desde 1999 e editor do site mplafer.net desde 2001. É também autor do livro “MP Lafer: a recriação de um ícone” - lançado em 2012.

6 comentários:

  1. Jean, acho que foi o Tolstói que disse: se você quiser ser universal, conte sobre a sua aldeia.
    É bem por aí a sua história. Todos temos algo parecido.

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  2. Arnaldo, ao relatar esta história vivi ela novamente - parece um lugar comum afirmar isso, mas foi muito gratificante.

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  3. Anibal Hercules Tosetto23/1/13 12:57

    Jean,

    Entre algumas outras, conta as histórias (verídicas, mesmo!) com o Ford Corcel II verde metálico e, tempos depois, com o Ford Del Rey dourado.

    Esses dois Ford também têm a ver com um personagem "animal": um cavalo, cruzamento de uma mansa égua "campolina" com um garanhão "vira-lata". Esse corcel era brincalhão e ficava feliz com a presença das pessoas da casa ou que sempre estavam em nossa casa, mas avançava contra estranhos.

    O fato ocorrido entre esse corcel e o Ford Corcel II, coincidentemente, aconteceu horas depois da chegada de uma viagem que fizemos ao Sul. A segunda história desse corcel "animal", foi o "amor à primeira vista" dele ao ouvir pela primeira vez o ronco do Ford Del Rey - e, incredibile ma vero - , o mesmo Del Rey que nos deixou horas em uma doída "madrugada congelante" em um trecho de serra da BR-153, em Santa Catarina.

    Concluindo, não poderia deixar de citar uma frase, que ouvi assistindo ao programa Milênio, na Globo News, entrevista com Harold Holzer, um estudioso de Abraham Lincoln, quando comentou sobre uma frase dita por Steve Spielberg e a respeito do filme “Lincoln”: “A arte vai aonde a História e a memória não vão.” Portanto, uma história verídica pode conter toques de "arte". Afinal, não apenas Red Bull dá asas à imaginação!

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  4. Pai, lembro que eu era o único que conseguia ficar em cima desse cavalo, que um dia disparou em direção a uma cerca de arame farpado e tiver que pular na última hora para não me lascar todo.

    Tive minhas primeiras aulas de direção no Del Rey, porém tenho mais saudades de um Corcel GT da primeira geração, com volante de três raios, também com faixa preta na lateral. Eu só entrava no carro pulando a janela, feito um piloto de Stock das antigas.

    Agora que comecei a escavar as lembranças, elas estão aflorando meio enlameadas, mas nada que um jato de água não possa clarear. Como tudo tem seu tempo, vamos devagar com elas pois é preciso viver o presente também.

    Estou muito feliz que finalmente tenha deixado um comentário no site do MP!

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  5. Muito bacana tudo isso, parabéns! Me fez lembrar minha infância e meu saudoso pai...

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  6. Obrigado, Marcos. A melhor forma de agradecer ao pai é sendo um bom pai também. Essa é a corrente da vida.

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