Caçando estradas entre Paulínia e Americana

Sem enredo. Sem destino. Só um carro e uma câmera.

Por Jean Tosetto

No interior de São Paulo é um costume dos fazendeiros margear as vias de acesso de suas propriedades com árvores de porte. Neste caso os troncos dos eucaliptos eram cinzas demais e só não conseguiram sorver as cores do MP Lafer. O cheiro de mentol limpava os pulmões.
No interior de São Paulo é um costume dos fazendeiros margear as vias de acesso de suas propriedades com árvores de porte. Neste caso os troncos dos eucaliptos eram cinzas demais e só não conseguiram sorver as cores do MP Lafer. O cheiro de mentol limpava os pulmões.

Um feixe de cores emanado pelo asfalto fazia o convite para engatar a primeira marcha. O verde do jardim cercado se misturava com o terracota da estrada rural, contaminando o painel do carro. Uma acelerada e as britas eram revolvidas junto com as folhas secas, vítimas da estiagem.
Um feixe de cores emanado pelo asfalto fazia o convite para engatar a primeira marcha. O verde do jardim cercado se misturava com o terracota da estrada rural, contaminando o painel do carro. Uma acelerada e as britas eram revolvidas junto com as folhas secas, vítimas da estiagem.

Uma grande sede de fazenda do tempo do Brasil Imperial, convertida em museu no município de Americana, fechado para o público. Histórias perdidas na beira de uma estrada perdida, a espera de um fotógrafo solitário.
Uma grande sede de fazenda do tempo do Brasil Imperial, convertida em museu no município de Americana, fechado para o público. Histórias perdidas na beira de uma estrada perdida, a espera de um fotógrafo solitário.

O MP Lafer estacionado na primeira ponte sobre o Rio Piracicaba, que nasce da junção do Rio Atibaia com o Rio Jaguari, pelo vórtice do paredão de concreto de uma represa. O potencial turístico é desperdiçado numa região onde o mato cresce nas frestas das construções.
O MP Lafer estacionado na primeira ponte sobre o Rio Piracicaba, que nasce da junção do Rio Atibaia com o Rio Jaguari, pelo vórtice do paredão de concreto de uma represa. O potencial turístico é desperdiçado numa região onde o mato cresce nas frestas das construções.

Estradas vicinais não contam com acostamentos. Por isso as porteiras dos sítios funcionam como respiros - um local seguro para estacionar. Mas o condutor da bicicleta customizada não tem alternativa para chegar em casa
Estradas vicinais não contam com acostamentos. Por isso as porteiras dos sítios funcionam como respiros - um local seguro para estacionar. Mas o condutor da bicicleta customizada não tem alternativa para chegar em casa.

Um breve momento de extrema quietude. Quase dava para ouvir as árvores conversando. Elas perguntavam quem era aquele sujeito querendo criar raízes no leito carroçável, olhando para dois pontos de fuga na mesma perspectiva centralizada - no chão e no alto dos galhos que se abraçam.
Um breve momento de extrema quietude. Quase dava para ouvir as árvores conversando. Elas perguntavam quem era aquele sujeito querendo criar raízes no leito carroçável, olhando para dois pontos de fuga na mesma perspectiva centralizada - no chão e no alto dos galhos que se abraçam.

Dirigir sozinho numa estrada vazia. As vezes é preciso fazer isto: reservar um período para introspecção numa pequena viagem sem propósito definido. Boas ideias costumam brotar desse jeito, justificando a queima da gasolina e preservando a saúde das baterias - do carro e da gente.
Dirigir sozinho numa estrada vazia. As vezes é preciso fazer isto: reservar um período para introspecção numa pequena viagem sem propósito definido. Boas ideias costumam brotar desse jeito, justificando a queima da gasolina e preservando a saúde das baterias - do carro e da gente.


MP Lafer: a recriação de um ícone

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6 comentários:

  1. Viajei aqui, não só pelas paisagens e estradas do interior paulista mas belas "veias e artérias" poéticas do seu imaginário, que acelerado revolveu e espalhou as sombras, as tristezas e as memórias perdidas, junto com as folhas do esquecimento de uma época onde ao se cruzarem, os viajantes tiravam o chapéu em reverência e se cumprimentavam. Bons tempos!

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  2. Obrigado, Medina!
    Nossa intenção é, de vez em quando, fazer estes pequenos passeios fotográficos, colocando o carro na estrada e deixando a imaginação voar. Abraços!

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  3. Jean, bom dia.
    Você poderia me enviar a primeira imagem desta pagina em alta resolução? ela é maravilhosa! meu e-mail g.minatti@outlook.com.br
    Muito Obrigada!

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    1. Prezada Giovana, a imagem em alta resolução foi transformada num pôster da Revista MotorMachine. Você pode encomendar um exemplar neste link: http://revistamotormachine.blogspot.com.br/p/posters.html
      Grato pela compreensão!

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  4. Jean, Bom dia.
    Você poderia me enviar a primeira imagem desta página em alta resolução? ela é maravilhosa! Gostaria de imprimir como quadro, e deste tamanho não fica com boa qualidade.
    meu e-mail g.minatti@outlook.com

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    1. Giovana, complementando: meu amigo Horacio Zabala, editor da MotorMachine, também apreciou a imagem. Eu cedi o arquivo para ele produzir quadros impressos diretamente em MDF, no formato A3. Ele é de Santa Catarina, mas despacha encomendas para todo o Brasil. Anote o contato dele: www.facebook.com/horaciobrasil

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