Esta ponte de estrutura metálica fez parte da ferrovia da Cia. Carril Funilense, inaugurada em 1899, que partia do centro de Campinas e chegava onde hoje se situa o município de Cosmópolis. Quando os trens que recolhiam o café parou de circular no começo da década de 1960, a ponte foi adaptada para o uso de automóveis, sendo abandonada na virada do século. Dez anos depois, com a implantação da praça de pedágio na rodovia que liga Paulínia a Cosmópolis, a ponte foi reformada para funcionar como alternativa de ligação entre as cidades paulistas.
Para chegar até a ponte sobre o Rio Jaguari, quem sai de Paulínia precisa percorrer alguns quilômetros de uma estrada de terra bem judiada. Por isso deixamos o MP Lafer na garagem e optamos por um utilitário, que deixamos devidamente estacionado numa pequena ilha de retorno junto da velha estrutura construída com tecnologia britânica.
O acesso até a margem do Rio Jaguari é feito por uma trilha que serpenteia a mata ciliar da região. Uma árvore parcialmente tombada remete a um pórtico informal de um parque que sequer existe no papel, mas é frequentado por ciclistas, motoqueiros e amantes da natureza.
Aos poucos a visão da ponte vai se descortinando por detrás das árvores e folhas secas. Um clima de mistério é embalado nos sons das águas correndo pelas pedras do leito do rio, até que se avista uma escadinha improvisada para descer a barranca que dá acesso a uma pequena praia.
Logo abaixo da ponte conseguimos captar a imagem do muro de pedra que sustenta uma extremidade da mesma. Neste ponto, porém, por mais que nossa câmera tenha uma lente de grande angular, não foi possível enquadrar e estrutura como um todo.
Se há algum aspecto positivo na estiagem histórica que acometeu o estado de São Paulo, é o fato dos níveis dos rios terem baixado a ponto de se poder caminhar sobre as lajes de pedra que formam alguns deles. Foi deste modo que conseguimos nos colocar nesta posição para fazer a imagem.
Alguns passos para a direita e encontramos o ponto de fuga da perspectiva abaixo do centro da ponte. Ganhamos também a linda visão do reflexo da treliça no espelho de água. A moto passando confere uma ótima noção de escala. Nossa estimativa é que a ponte vence cerca de 48 metros de vão, com vigamento de 6 metros de altura, distantes 8 ou 9 metros do nível da água.
Eis a foto que valeu o dia, e que perseguímos desde o início do passeio. Escolhemos fazer ela em preto e branco, com um distanciamento maior, para salientar a quietude e a solidão atemporal que nos cala fundo na alma. Uma equilibrada composição que mescla a intervenção humana com a riqueza de um ambiente natural. Uma ponte ordinária que, no entanto, conseguiu ligar o século 19 ao século 21.
Por falar em pontes... em janeiro/2014 editei um vídeo para o Grupo Caçapava (Facebook), com fotos antigas e tendo como tema "Passado e Presente" ligados por duas pontes sobre o Rio Paraíba do Sul, no município de Caçapava/SP. Vide, no YouTube: http://youtu.be/ZITWuh2pNtc
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Por falar em pontes... em janeiro/2014 editei um vídeo para o Grupo Caçapava (Facebook), com fotos antigas e tendo como tema "Passado e Presente" ligados por duas pontes sobre o Rio Paraíba do Sul, no município de Caçapava/SP. Vide, no YouTube: http://youtu.be/ZITWuh2pNtc
ResponderExcluirAnibal, incorporamos o vídeo ao artigo. Abraços!
ExcluirMuito bom
ResponderExcluirVoltamos lá recentemente: mato alto nas cabeceiras da ponte, muito lixo e muitas pichações. Triste.
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