A fachada da principal loja da Lafer, na Rua Lavapés nº 6 no Bairro Cambuci em São Paulo, no fim da década de 1960. |
Em 27 de fevereiro de 1927 era fundada a primeira Casa de Móveis Lafer, precursora da Lafer S.A. que se tornaria criadora e fabricante de centenas de móveis patenteados, atuando também no mobiliário urbano e lançando ainda um carro icônico.
Por Jean Tosetto
A Primeira Grande Guerra Mundial varreu o continente europeu entre 1914 e 1918, provocando uma onda de migração para os países do considerado "Novo Mundo", entre eles o Brasil. É neste cenário de esperança de uma vida melhor que o jovem polonês Bension Laufer desembarca em São Paulo, em 1922, com apenas 25 anos de idade. Assim como muitos de sua época, ele abrasileira seu nome, ficando conhecido nas ruas do Bom Retiro e do Bexiga, onde trabalhava na função de vendedor autônomo, como Benjamin Lafer.
A família Lafer nasceu antes da empresa, quando seu patriarca se casa com a ucraniana Cecília Blay. Somente após acumular o capital inicial com a ajuda da esposa é que Benjamin consegue adquirir um terreno numa esquina promissora do Bairro Cambuci, num raro entroncamento de cinco ruas bem movimentadas. Nascia a primeira Casa de Móveis Lafer em 27 de fevereiro de 1927 - a precursora da Lafer S.A. - exatamente há 90 anos.
O estande da Lafer em feira do Parque Anhembi, São Paulo, em meados dos anos de 1970, sempre um dos mais visitados. |
O negócio prosperava assim como a família Lafer crescia, com a chegada dos filhos Samuel, Tininha, Oscar e o caçula Percival, que nasceu em abril de 1936. Aos poucos o fundador da Lafer comprava imóveis vizinhos da loja para ampliar suas instalações, chegando até a abrigar os equipamentos embrionários da fábrica de móveis na década de 1940 - uma atividade que seria retomada com força vinte anos depois.
Benjamin Lafer era centralizador nas questões que envolviam a plena satisfação dos clientes, que se sentiam honrados em lidar diretamente com o proprietário da loja. Acometido de complicações cardíacas que aumentavam paulatinamente, o fundador da Lafer descansou somente depois de ver seus filhos formados, no começo da década de 1960.
A segunda geração da empresa revelou-se extremamente promissora. A divisão do trabalho entre os irmãos Lafer, auxiliados pelo cunhado José Portenoy, permitiu que Percival Lafer, arquiteto de formação, pudesse se dedicar à criação de móveis modernos de estilo sofisticado, que logo ganharam os mercados mais disputados do mundo, tanto na América do Norte como na Europa. Uma linda história contada, em parte, pelo livro "MP Lafer: a recriação de um ícone".
Ainda na década de 2010 é possível ver um MP Lafer pelas estradas afora. |
O MP Lafer, a propósito, foi apenas uma das centenas de criações da empresa, que teve também maciça presença em quase todas as cidades brasileiras, através das cabines telefônicas conhecidas como "orelhões", fabricados com exclusividade pela Lafer por quase dez anos, desde sua criação no limiar dos anos de 1970.
Atualmente os móveis patenteados Lafer continuam embelezando os ambientes mais refinados do Brasil e do mundo. Não apenas residências e espaços corporativos seguem agraciados com o design prático e genuíno de Percival Lafer, senão também os hospitais, através da linha "Healthcare".
Nós aqui do site mplafer.net fazemos votos para que esta história, de uma empresa que viu o Brasil se urbanizar através da industrialização, atravessando vários ciclos de prosperidade e recessão junto com o país, tenha ainda muitos capítulos de sucesso para serem registrados para a posteridade.
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Eu trabalhei na Lacerda por mais de 10 anos. Fio meu primeiro emprego, como office-boy do Sr. Idel Blaj. Naqueles idos de 1973 até 1980 muitas conquistas presenciei na empresa como exemplos a inaugura de um prédio próprio na Faria Lima, a primeira Interdomus Lafer, muitas concorrências ganhas para fornecer orelhoes públicos, o projeto do Lafer LL. Fui acionista da empresa e ainda tenho as ações guardadas. Tenho saudades do meu primeiro emprego que me ajudou com os estudos. Tenho saudades dos colegas de trabalho que tive lá, como Marilda Lavia, Cleusa Poletto, Helio Fiorin.Teruo Kuniyoshi.Dolores. Cidade telefonista. E muitos outros. Hoje tenho 60 anos e guardo todos os momentos em minha memória.
ResponderExcluirCaro Edison, grato pelo breve mas enriquecedor testemunho sobre a Lafer. São vários os relatos positivos que colhemos sobre a empresa em nossa pesquisa para escrever o livro do MP Lafer, de modo que foi um prazer contar um pouco de sua história de 90 anos.
ExcluirFANTÁSTICO, PARABÉNS. MEU PAIS COMPRARAM MÓVEIS NA LOJA DO CAMBUCI.
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